Na noite do último dia 10 um apagão deixou 18 Estados brasileiros total ou parcialmente às escuras. O Ministro de Minas e Energia Edison Lobão, anta que Sarney impôs ao governo e não entende nada daquilo que administra, tentou explicar a catástrofe empurrando-a para todos os lados. Atribuiu o ocorrido a três raios e ao uso excessivo da capacidade da usina de Itaipu, teses que foram tratadas como piadas pelos técnicos. Depois da série de desmentidos, ficou no ar a pergunta: como mais da metade do Brasil ficou sem luz se temos todas as ferramentas para evitar ocorrências como estas?
A explicação começa no dia 18 de outubro. A edição dominical da Folha de S. Paulo trouxe uma matéria comprovando que devido a um erro de cálculo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) os brasileiros pagam, desde 2002, R$ 1 bilhão a mais por ano às concessionárias de energia, coisa que o governo sabia. A bomba inflamou a opinião pública, que passou a pressionar por um corte na tarifa e pelo ressarcimento da cobrança indevida (cada consumidor ganharia de volta algo em torno de R$ 110).
À medida que evoluía o trabalho da CPI das Tarifas de Energia Elétrica, criada para investigar o caso, a situação do Ministério de Minas e Energia ficava cada vez mais delicada. De um lado a opinião pública e os industriais exigiam o ressarcimento imediato da bufunfa. De outro, as distribuidoras de energia, politicamente poderosas, tentavam a todo custo evitar esse rombo de R$ 7 bilhões, que ainda viria acompanhado de um corte de 2% nas contas de luz. No meio do caos, o Ministro Edison Lobão patinava para cá, patinava para lá, e não sabia onde enfiar o pepino.
No auge dos debates, quando uma postura firme era cada vez mais exigida do governo e o ressarcimento parecia inevitável... puf! Acabou a energia em quase 2/3 do país sem nenhuma explicação técnica. No dia seguinte a pauta sobre as tarifas parecia que não existia mais. Coincidência, não? O foco do debate sobre eletricidade caiu todo sobre o apagão, e a discussão das tarifas passou a não ser mais do que uma página infeliz da nossa história - um alívio para as distribuidoras de energia e para o governo.
O apagão não foi acidente. Essa sutil falta de luz em mais da metade do Brasil foi obra dos que seriam prejudicados pelo ressarcimento da tarifa indevida. Agora resta esperar que, sem o olhar vigilante da mídia e da opinião pública, os titãs de Brasília assem uma bela pizza e nenhum de nós veja um centavo. O apagão desligou das cabeças brasileiras o tema das tarifas indevidas, e agora não haverá Lobão, vovó, chapeuzinho vermelha, caçador ou três porquinhos que dêem jeito.
A explicação começa no dia 18 de outubro. A edição dominical da Folha de S. Paulo trouxe uma matéria comprovando que devido a um erro de cálculo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) os brasileiros pagam, desde 2002, R$ 1 bilhão a mais por ano às concessionárias de energia, coisa que o governo sabia. A bomba inflamou a opinião pública, que passou a pressionar por um corte na tarifa e pelo ressarcimento da cobrança indevida (cada consumidor ganharia de volta algo em torno de R$ 110).
À medida que evoluía o trabalho da CPI das Tarifas de Energia Elétrica, criada para investigar o caso, a situação do Ministério de Minas e Energia ficava cada vez mais delicada. De um lado a opinião pública e os industriais exigiam o ressarcimento imediato da bufunfa. De outro, as distribuidoras de energia, politicamente poderosas, tentavam a todo custo evitar esse rombo de R$ 7 bilhões, que ainda viria acompanhado de um corte de 2% nas contas de luz. No meio do caos, o Ministro Edison Lobão patinava para cá, patinava para lá, e não sabia onde enfiar o pepino.
No auge dos debates, quando uma postura firme era cada vez mais exigida do governo e o ressarcimento parecia inevitável... puf! Acabou a energia em quase 2/3 do país sem nenhuma explicação técnica. No dia seguinte a pauta sobre as tarifas parecia que não existia mais. Coincidência, não? O foco do debate sobre eletricidade caiu todo sobre o apagão, e a discussão das tarifas passou a não ser mais do que uma página infeliz da nossa história - um alívio para as distribuidoras de energia e para o governo.
O apagão não foi acidente. Essa sutil falta de luz em mais da metade do Brasil foi obra dos que seriam prejudicados pelo ressarcimento da tarifa indevida. Agora resta esperar que, sem o olhar vigilante da mídia e da opinião pública, os titãs de Brasília assem uma bela pizza e nenhum de nós veja um centavo. O apagão desligou das cabeças brasileiras o tema das tarifas indevidas, e agora não haverá Lobão, vovó, chapeuzinho vermelha, caçador ou três porquinhos que dêem jeito.