terça-feira, 20 de dezembro de 2011
10 características de um carioca de verdade
Qualquer carioca que se preze deve ter pelo menos 7 dessas 10 características. Segundo estudos complexos, quem tiver menos que isso não pode ser considerado um legítimo carioca.
1- Sua TEC (Taxa de efetividade do chopp) é de no máximo 50%. Ou seja, a cada dois chopps que você marca, um não sai nunca. Eu disse NO MÁXIMO, porque um verdadeiro carioca preserva uma TEC de no máximo 30% (existem relatos de heróis que mantém essa taxa sempre em um digito).
2 - Você não chega na hora. Chegar na hora é sinal de desrespeito com quem marcou, que com certeza não vai chegar na hora nem imaginava que você fosse. Um atraso de 15 minutos é o mínimo que você pode fazer. Por falar neles...
3 - Você usa “15 minutos” para tudo. Da minha casa até a sua? Uns 15 minutos. Quando eu vou sair de casa? Daqui a uns 15 minutos. Em quanto tempo eu chego ai? Em 15 minutos. É o minuto mágico. Se for um pouco menos do que 15, vira “5 minutos”. Se for um pouco mais, “meia hora”. Nada além desse tripé místico. Ainda no campo dos minutos:
4- Você fala deles no diminutivo. Apesar dos minutos serem uma unidade de medida fixa, você os flexiona em “minutinhos”. Qualquer carioca sabe: uma coisa são 5 minutos, outra são 5 minutinhos!
5- Você passa 10 meses desejando o verão e dois meses reclamando que tá um calor absurdo.
6- Você gosta do horário de verão, e todo ano fala a mesma frase: “Que beleza: Já são 19h e ainda tá com sol!”
7 - Você já teve alguma experiência traumática com a Amigos Unidos: ou quase morreu num ônibus deles (592, 158 etc), ou quase foi atropelado ou um deles quase bateu no seu carro.
8- Você já viu um ex-BBB ou uma famosidade qualquer na rua, mas não sabia quem era e um amigo teve que te explicar “É a Vanessa, do BBB 5”
9- Você é flamenguista ou não gosta do Flamengo
10 - Você gosta de mostrar intimidade na fala e na escrita. Os homens tem uma quantidade interminável de vocativos: brtoher, braço, irmão, família, federal, fera etc. As mulheres, um estoque infinito de amor e a estranha mania de multiplicar a última letra das palavras: “Amo mtoooo amigaaaaaa!!!”
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
15 notícias que você vai ler em 2012
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
15 coisas que mulheres adoram fazer no Facebook
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Bola de elite
A melhora nas finanças dos clubes brasileiros, evidenciada por tais contratações, tem inúmeras razões, como a melhora da economia do país, estratégias inéditas de marketing, aumento do valor das cotas de TV, etc. Porém, o que interessa aqui é a conseqüência maior disto: caminhamos para o desnivelamento técnico do Brasileirão. Creio que em pouco anos o futebol brasileiro contará com uma restrita elite que partilhará entre si os títulos nacionais, assim como ocorre nos campeonatos europeus.
A velha história, da qual nos orgulhávamos, de um Brasileirão onde todos disputavam o título era subproduto da pobreza. Pense bem: porque nos torneios europeus há uma elite? Porque há diferenciação econômica clara. Com orçamentos mais ricos, alguns clubes conseguem montar times e estruturas muito melhores, monopolizando títulos. No Brasil, como a pindaíba era geral, pequenos, médios e grandes montavam elencos semelhantes. A diferença dependia de uma geração mais virtuosa ou de um bom projeto de curto prazo, diferenciais que poderiam vir de qualquer time. Daí havia realmente um nivelamento - por baixo - e o campeão era imprevisível.
Com a revolução financeira em curso, os clubes com mais organização, torcida e tradição receberão fatias do bolo significativamente maiores que os pequenos e médios. Em curto prazo isso já resultará em times superiores com jogadores inalcansáveis à maioria dos times (tal qual Luis Fabiano e Alex). Em médio e longo prazo devemos assistir a um desnivelamento maior, resultado de investimentos em estruturas e trabalhos continuados. Com isso, se consolidará no cenário nacional uma oligarquia que em regra disputará entre si as principais competições.
Aquela história de que nos orgulhávamos, do campeonato mais imprevisível do mundo, deve acabar. Mas isso é bom, sinal de prosperidade. A vinda de Luis Fabiano e Alex faz ver que vem vindo no vento o cheiro da nova – e próspera – estação. Teremos, em poucos anos, uma tropa de elite no futebol brasileiro. E quem não se organizar? É mole, 06: Pede pra sair!
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Eu amava Jair Bolsonaro
Eu amava Jair Bolsonaro. Sim, amava ele. Enquanto todo Brasil o odiava por ter xingado a Preta Gil no CQC, eu procurava um pôster dele para minha sala. Quando a corrente gay o execrou por ser publicamente contra a união homossexual, eu rezava por mais um pronunciamento do excelentíssimo Deputado no Jornal Nacional. Mas acabou tudo. Pronto, falei: acabou. Para mim, Jair Bolsonaro é passado.
Bolsonaro valia a pena porque era o primeiro político depois de muito tempo a sair do armário para a direita. Discordo integralmente de praticamente tudo que ele fala, nunca votaria nele, mas era animador ver alguém fiel a convicções que escapavam do senso comum em meio a uma política dominada por ideias domesticadas. Ele sustenta os absurdos que fala mesmo em meio aos furacões quase irresistíveis da opinião pública, o que é fundamental para qualquer democracia. Afinal, se nossa sociedade tem conservadores, e de fato os tem, eles devem estar representados no Congresso. E se todos os representantes fossem fiéis à ideologia dos que os elegeram, teríamos uma representatividade muito mais eficaz.
Porém, Jairzinho, o furacão da política, subiu no telhado. O castelo de cartas voou, a firma quebrou, o encanto se desfez e mais mil frases feitas bregas. O choque ocorreu anteontem, quando lia a revista Alfa. Estava lá, escrito para qualquer um ler: Bolsonaro se declara um político de centro. Eu disse CENTRO. O cara dos “direitos humanos para humanos direitos”, que é contra gay, a favor da pena de morte e sustenta tantas outras propostas de ouro da agenda reacionária, nega ser de direita! Gostava do Bolsonaro unicamente por achar corajosa sua atitude de manter-se como expoente quase solitário da extrema-direita, mas em uma simples palavra de 6 letras ele jogou tudo no ar. CENTRO. Equiparou-se à manada que pensa uma coisa e diz outra para agradar eleitorado.
Minha relação com Jair Bolsonaro acabou. Achava que ele era ideologicamente inflexível, mas ele flexibilizou geral quando inventou ser de centro. Quando um direitista que vale pela inflexibilidade ideológica diz que é de centro, acaba com tudo que nele prestava. É como a Pamela Anderson sem os peitos. Para mim, o Bolsonaro agora é apenas uma Pamela Anderson sem peitos da política brasileira. Não te quero mais! Não mais!! Nunca mais!!!
terça-feira, 19 de abril de 2011
Tsunami carioca (Parte final!!!)
A Tsunami
A Tsunami não veio. Na verdade, não havia Tsunami nenhuma. O dia do anúncio de sua vinda foi muito calmo, não houve escândalos de corrupção na política, jogos do Brasileirão ou greves. A mídia não tinha nada com que encher seus programas nem suas páginas, o que levou-a a nem pensar duas vezes na hora de noticiar que uma Tsunami estava chegando. O “furo” não passava de especulação de um estagiário recém-contratado pelo Instituto de Meteorologia. A onda, na verdade, não passava de uma ressaca normal de dois metros que nem chegou a atingir as avenidas à beira-mar. A única vítima do que seria a Tsunami foi o Seu Joaquim, aposentado de 66 anos, que perdeu a barraquinha de água de coco.
Mas a cidade já era um caos. Por conta do superfaturamento das calhas, do pagamento dos pedágios, do aluguel das casas do plano “Morar Bem” e da invenção dos Anjos do Tsunami, o município tinha gasto além da conta e estava falido.
O Estado também tinha chegado à bancarrota. Os gastos excessivos com o plano “Jet-Ski a um real” somados aos reajustes concedidos aos deputados esgotaram ainda mais suas já saturadas finanças.
Também não havia autoridades na cidade. O prefeito tinha se esquecido que havia Tsunami e tentava a todo custo salvar sua carreira política em Brasília, enquanto a governadora se esforçava para destruí-la. Se o poder executivo estava longe, o mesmo poderia se dizer do legislativo. Pelo segundo dia seguido, ninguém foi à Câmara dos Deputados.
Vendo que os seus chefes não estavam mais, a polícia também aproveitou para correr. Depois de executar as últimas prisões pela “farra do Jet-Ski”, o comandante geral da PM autorizou a todos que saíssem da cidade e salvassem as suas vidas.
Sem a elite - hospedada nas serras com a grana da prefeitura -, os policiais, o prefeito, a governadora ou os deputados, só sobraram na cidade as classes populares, os marginais e os criminosos, que não tinham condições de fugir. E eles fizeram a festa. Descendo as encostas dos morros, saindo das periferias e fugindo em massa das prisões, tomaram todo Rio de Janeiro, apoderando-se das casas abandonadas dos ricos e saqueando os estabelecimentos comercias fechado. O Rio de Janeiro virou um caos completo mesmo sem a Tsunami. Moral da história:
Nossa Tsunami, a gente faz em casa
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Tsunami carioca (parte 3)
O Rio de Janeiro conseguiu a glória de se tornar um caos antes mesmo da chegada da Tsunami.
Os projetos da prefeitura atingiram parte do objetivo. A calha que estava sendo construída teve suas obras interditadas. A juíza da décima-quinta vara, cunhada da governadora, acusou-as de superfaturamento. Na verdade, era realmente um pouco estranho cada tijolo ter custado R$ 25 e o orçamento total ter um custo quatro vezes maior que o previsto. Com a interdição, a população invadiu o canteiro de obras para conseguir tijolos, cimento e tudo mais que fosse necessário para conter a Tsunami e reconstruir as casas, gerando conflitos com a polícia, alguns feridos e muitas prisões.
Aproveitando-se deste momento politicamente fraco do prefeito, a governadora chutou a paçoca e foi a Brasília pedir pessoalmente o início da “CPI da calha”. O prefeito, então, também foi obrigado a ir a Brasília elaborar uma articulação política pelo fim do início da CPI.
Apesar da calha ter sido um fracasso, o escoamento dos ricos para a serra foi um sucesso. O problema foi que o preço do pedágio triplicou em função de uma decisão extraordinária da concessionária que administrava a rodovia e se aproveitou do aumento no fluxo de carros provocado pela Tsunami, o que obrigou o município a arcar, gentilmente, com os custos extras dos fugitivos da enchente, gastando além do orçamento.
O projeto “Jet-Ski a um real” foi um sucesso. Esse é o problema. Como não havia nenhuma estrutura para a distribuição dos Jet-Skis, a fila virou uma zona, com arrastões e o famoso empurra-empurra. Isso obrigou a polícia a intervir, deixando cinco feridos e mais alguns presos. Além disso, os Jet-Skis esgotaram rapidamente, e algumas pessoas que haviam conseguido vários desses veículos na confusão passaram a vendê-los no mercado negro.
Outro problema foi que após conseguir os veículos, ninguém queria esperar pela Tsunami, e houve uma invasão das praias e lagoas por pessoas que nunca tinham pilotado Jet-Skis mas estavam loucas para usar os brinquedinhos. Após uma série de acidentes e muitas ligações para o disque-denúncia, a polícia teve de iniciar uma intensa repressão, que deixou mais alguns feridos e outro tantos presos.
À câmara dos deputados, ninguém foi. Afinal, naquele dia havia mais risco ainda da Tsunami vir, o show na Bahia ainda não tinha acabado e não havia festinha para ninguém. Sem deputados, a ajuda para as vítimas não foi votada. Entretanto, os aumentos concedidos de 50% no vale-paletó e no vale-alimentaçao, além da autorização para contratar mais dez acessores, não foram retirados.
Em breve, "A tsunami", a parte final da saga (dessa vez de verdade)
terça-feira, 22 de março de 2011
Tsunami carioca (parte 2)
Segundo dia
Em função dos desentendimentos quanto à responsabilidade da Tsunami, prefeito e governadora agiram do modo como bem entendiam.
O prefeito estava atônito, pois o incidente vitimaria principalmente os ricos moradores do litoral, ou seja, seu eleitorado. Por isso, não teve dúvida: criou uma guarda municipal, os “Anjos do Tsunami”. Estes bravos homens teriam como objetivo levar as classes mais abastadas para locais seguros, humildes mansões que a prefeitura tinha alugado na região serrana através do recém-criado programa “Morar Bem”.
Para poupar as moradias dos pobres ricos, o prefeito iniciou a construção de grandes calhas, para que a força das ondas fosse canalizada para outro lugar. Este lugar seria a encosta dos morros onde, coincidentemente, o eleitorado da governadora morava. Segundo o prefeito, “estudos complexos de ambientalistas comprovaram que a estrutura sólida dos morros teria toda a capacidade de escoar a água de volta ao mar”. Deve-se louvar a capacidade dos ambientalistas de elaborarem um estudo complexo em menos de 24 horas.
A governadora pensava de modo diferente. Para ela, a graça não era evitar o desastre maior, mas sim deixar que ele acontecesse com toda a força para só então agir como uma verdadeira heroína. Pensando nisso, criou o inédito programa de assistência “Jet-Ski a um real”. Este programa garantia a cada cidadão fluminense o direito de, a partir do pagamento de um real, adquirir um Jet-Ski e uma raspadinha da Loterj, para fazer valer o direito de ir e vir após o desastre e concorrer a um carro zerinho.
Na Câmara, aconteceu o de sempre: nada. Por falta de quórum, o presidente da Casa adiou para o dia seguinte a votação do projeto de ajuda aos afetados pelo desastre. De todos os deputados, só cinco compareceram, e mesmo assim para a festinha de aniversário de um dos faxineiros. Segundo relatos, grande parte dos ausentes já tinha saído da cidade há muito tempo com medo que a Tsunami resolvesse dar uma corrida e chegasse antes. A outra parte dos desaparecidos estava em Salvador, no show da Ivete Sangalo e do Chiclete com Banana. A sessão foi remarcada para o dia seguinte.
Fazendo a sua parte diplomática, o presidente, que naquele mesmo dia já tinha tirado o corpo fora e embarcaria em uma viagem à toda-poderosa Guiana-Francesa, desejou "Força a todo povo do Rio de Janeiro para resistir aos estragos provocados por esse vendaval". Era maremoto.
(Em breve, o final da saga...)
sábado, 19 de março de 2011
Tsunami carioca (parte 1)
O que parecia ser um dia normal no Rio de Janeiro - com um tiroteio aqui, uma crise na saúde ali - seria uma das datas mais memoráveis de sua história: o Instituto de Meteorologia, com aparelhos de ponta (usados pelos nazistas na Segunda Guerra), havia acabado de noticiar que uma Tsunami se aproximaria da costa da cidade em três dias!
Primeiro dia
A primeira ação do governo foi convocar uma reunião para decidir se a Tsunami era federal, estadual ou municipal. Foi decidido um aumento de impostos, para custear a reconstrução da cidade, e uma alta dos juros, pois o pânico gerado pelo maremoto poderia acarretar consumo em massa e alta não planejada da inflação.
Quanto à responsabilidade do evento ficou decidido que nada estava decidido. Enquanto a excelentíssima governadora defendia, sem qualquer embasamento, que o problema era “de responsabilidade do povo carioca, portanto municipal”, o prefeito empurrava de volta o pepino, e ainda exigia ajuda do governo estadual para enfrentar o problema. Argumentava que o principal afetado seria ele, pois as suas obras (de arte?) nos bairros nobres do Rio seriam destruídas.
Na câmara dos deputados a ação foi rápida. Os líderes dos principais partidos de esquerda (que parece direita), direita (que parece esquerda) e centro (que não aparece) marcaram uma sessão extraordinária para o dia seguinte com o intuito de votar um auxílio aos afetados pelo desastre. Nele, constava que cada vítima do Tsunami teria direito a uma indenização de cerca de dois salários mínimos, uma cesta básica e uma raspadinha da Loterj. Pelo esforço desumano de ter que comparecer a esta convocação extraordinária, cada deputado seria ressarcido em dez salários mínimos, receberia um aumento de 50% no vale-paletó e no vale-alimentaçao, além da autorização para contratar mais dez assessores.
(Em breve, a parte 2...)